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Marcadores Bioquímicos na Leucemia Mieloide Aguda. A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) é um tipo de câncer hematológico caracterizado pela proliferação anormal e descontrolada de precursores mieloides na medula óssea, levando à substituição das células normais por células imaturas, chamadas de blastos. 

Essa substituição interfere na produção de células sanguíneas saudáveis, causando sintomas como anemia, infecções recorrentes e sangramentos.

O diagnóstico e o acompanhamento da LMA dependem de uma série de exames laboratoriais, incluindo análises morfológicas, imunofenotípicas, citogenéticas e moleculares.

 No entanto, os marcadores bioquímicos na Leucemia Mieloide Aguda têm ganhado destaque por seu papel na identificação da doença, na avaliação prognóstica e no monitoramento da resposta ao tratamento.

Neste artigo, exploraremos os principais marcadores bioquímicos utilizados na LMA, detalhando suas funções, aplicações clínicas e importância na prática laboratorial.


1. Marcadores Bioquímicos no Diagnóstico da LMA

Os marcadores bioquímicos na leucemia mieloide aguda diagnóstico envolve a avaliação da medula óssea e do sangue periférico para determinar a presença de blastos mieloides e suas características específicas. Alguns biomarcadores bioquímicos auxiliam no diagnóstico diferencial e na classificação da leucemia.

1.1. Miéloperoxidase (MPO)

A miéloperoxidase (MPO) é uma enzima expressa por células mieloides, principalmente granulócitos. Sua detecção por coloração citoquímica ou citometria de fluxo ajuda a diferenciar a LMA das leucemias linfoides.

  • LMA MPO-positiva: presença de MPO indica linhagem mieloide.
  • LMA MPO-negativa: alguns subtipos de LMA, como a LMA minimamente diferenciada (M0), podem não expressar MPO.

1.2. Antígenos CD33 e CD13

Os antígenos CD33 e CD13 são frequentemente expressos em células mieloides imaturas e são utilizados na imunofenotipagem para confirmar a origem mieloide dos blastos.

  • CD33: marcador de células mieloides, expresso em 85-90% dos casos de LMA.
  • CD13: marcador associado à diferenciação mieloide e encontrado em diversos subtipos da doença.

A presença desses marcadores é essencial para diferenciar a leucemias mieloides de leucemias linfoides e pode orientar a escolha de terapias direcionadas.

1.3. Citocinas Inflamatórias

Pacientes com LMA apresentam níveis elevados de citocinas inflamatórias, como:

  • Interleucina-3 (IL-3)
  • Fator Estimulante de Colônias de Granulócitos-Macrófagos (GM-CSF)
  • Fator de Necrose Tumoral Alfa (TNF-α)

O aumento dessas moléculas contribui para a proliferação leucêmica e pode estar associado a um prognóstico desfavorável.


2. Marcadores Bioquímicos Prognósticos na LMA

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O prognóstico da LMA varia conforme alterações genéticas, moleculares e bioquímicas. Alguns biomarcadores podem indicar maior risco de recidiva, resistência ao tratamento ou chances de remissão completa.

2.1. Mutação do Gene FLT3 (FLT3-ITD)

A mutação FLT3-ITD (Internal Tandem Duplication) é uma das alterações moleculares mais comuns na LMA e está associada à proliferação celular descontrolada.

  • FLT3-ITD positivo: pior prognóstico, maior risco de recidiva e resposta limitada à quimioterapia convencional.
  • FLT3 negativo: geralmente melhor prognóstico.

Pacientes com FLT3-ITD podem ser tratados com inibidores de FLT3, como midostaurina, melhorando as taxas de sobrevida.

2.2. Níveis de Lactato Desidrogenase (LDH)

A LDH é uma enzima envolvida no metabolismo energético celular. Seu aumento pode indicar alta carga tumoral e doença mais agressiva.

  • LDH elevada: associada a pior prognóstico e menor resposta ao tratamento.
  • LDH normal ou baixa: pode indicar menor agressividade da doença.

2.3. Ferritina e Proteína C-Reativa (PCR)

Marcadores inflamatórios como ferritina e PCR também estão frequentemente elevados na LMA e podem refletir doença avançada ou resposta inflamatória intensa.


3. Marcadores Bioquímicos no Monitoramento da LMA

Após o início do tratamento, o acompanhamento da resposta terapêutica e a detecção precoce da recidiva são essenciais para otimizar a conduta clínica.

3.1. Doença Residual Mínima (MRD – Minimal Residual Disease)

A doença residual mínima (MRD) se refere à presença de células leucêmicas residuais após o tratamento, que podem levar à recidiva da LMA.

  • A citometria de fluxo de alta sensibilidade é utilizada para detectar níveis mínimos de células leucêmicas no sangue ou na medula óssea.
  • Pacientes com MRD detectável apresentam maior risco de recaída e podem necessitar de tratamento intensificado.

3.2. Biomarcadores de Resposta Terapêutica

Durante o tratamento, alguns biomarcadores podem indicar a eficácia das terapias aplicadas:

  • Redução dos níveis de MPO e CD33: sugere resposta positiva ao tratamento.
  • Diminuição da LDH: pode indicar menor proliferação tumoral.
  • Normalização dos níveis de citocinas inflamatórias: pode refletir remissão da doença.

Conclusão

Os marcadores bioquímicos na Leucemia Mieloide Aguda desempenham um papel fundamental no diagnóstico, prognóstico e monitoramento da Leucemia Mieloide Aguda (LMA)

Desde a identificação de enzimas e proteínas específicas, como MPO, CD33 e CD13, até a avaliação de mutações genéticas, como FLT3-ITD, esses biomarcadores ajudam na personalização do tratamento e na previsão da evolução da doença.

O avanço contínuo na pesquisa de biomarcadores tem permitido melhores estratégias terapêuticas, otimizando as chances de remissão e sobrevivência dos pacientes. O monitoramento eficaz da doença residual mínima (MRD) e a detecção precoce de recidivas podem ser cruciais para o sucesso terapêutico.Portanto, a incorporação desses biomarcadores na prática clínica é essencial para melhorar o manejo da LMA e proporcionar uma abordagem mais personalizada e eficaz.

Abraços Até mais

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