tipos de linfócitos reativos
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Tipos de linfócitos reativos. O linfócito reativo, também conhecido como linfócito atípico, é uma célula de defesa fundamental no diagnóstico diferencial de diversas condições hematológicas e infecciosas.

Essas células, que aparecem em situações de resposta imunológica aumentada, frequentemente geram dúvidas quanto à sua identificação e interpretação no contexto laboratorial.

Neste artigo, abordaremos os principais tipos de linfócitos reativos, suas características morfológicas, condições associadas e a importância da correta identificação em análises clínicas

Nosso objetivo é oferecer uma visão clara e prática, alinhada ao dia a dia dos profissionais de saúde e estudantes de hematologia.

O que são Linfócitos Reativos?

Os linfócitos reativos são formas alteradas dos linfócitos normais.

Essa modificação ocorre em resposta a estímulos antigênicos, como infecções virais, bacterianas, parasitárias ou até doenças autoimunes. A reatividade do linfócito é um reflexo de sua ativação no combate ao agente agressor, apresentando alterações morfológicas marcantes, como:

  • Aumento de tamanho (linfócitos grandes);
  • Citoplasma basofílico e ampliado;
  • Presença de bordas irregulares ou amebóides;
  • Granulações ou vacuolizações no citoplasma;
  • Maior relação núcleo/citoplasma.

Essas características variam de acordo com o tipo específico de linfócito reativo e com a natureza do estímulo antigênico.

Tipos de Linfócitos Reativos

Linfocito reativo retirado do software cellavision
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A identificação de diferentes tipos de linfócitos reativos é essencial para correlacionar os achados laboratoriais às condições clínicas do paciente.

 Abaixo, destacamos os principais tipos:

1. Linfócito Plasmocitoide

Linfócito plasmocitoide
linfocito-plasmocitoide

O linfócito plasmocitoide apresenta características semelhantes a plasmócitos, sendo frequentemente observado em infecções virais, como mononucleose infecciosa (Epstein-Barr vírus).

Características morfológicas:

  • Citoplasma basofílico intenso;
  • Presença de halo perinuclear claro, por vezes
  • Núcleo discretamente excêntrico e cromatina densa;

Condições associadas:

  • Mononucleose infecciosa;
  • Infecções virais crônicas (como hepatite).

2. Linfócito Grande Granular (LGL)

linfocito grande granular
linfocito-nk

Os linfócitos grandes granulares são caracterizados pela presença de grânulos no citoplasma. São mais frequentes em respostas imunes mediadas por células T citotóxicas ou células NK.

Características morfológicas:

  • Tamanho aumentado;
  • Citoplasma azulado com grânulos azurófilos;
  • Núcleo oval ou redondo com cromatina condensada.

Condições associadas:

  • Infecções virais, como citomegalovírus (CMV);
  • Respostas imunes contra células tumorais.

3. Linfócito Vacuolizado

linfocito vacuolizado
linfocito-vacuolizado

Linfócitos vacuolizados apresentam vacúolos no citoplasma, geralmente associados a processos infecciosos e tóxicos.

Características morfológicas:

  • Citoplasma claro com vacuolizações;
  • Núcleo centralizado, sem alterações significativas.

Condições associadas:

  • Infecções bacterianas;
  • Doenças metabólicas (como leucodistrofias);
  • Intoxicações.

4. Linfócito Amebóide

linfocito ameboide
linfocito-ameboide

O linfócito amebóide, como o nome sugere, tem bordas irregulares, assumindo uma aparência amebóide, comum em infecções virais.

Características morfológicas:

  • Tamanho variável;
  • Borda citoplasmática irregular;
  • Presença de basofilia periférica.

Condições associadas:

  • Mononucleose infecciosa;
  • Infecções respiratórias virais.

5. Linfócito Imaturo Ativado

linfocito-imaturo-ativado
linfocito-imaturo-ativado

Os linfócitos imaturos ativados aparecem em resposta a estímulos antigênicos mais intensos, sendo comuns em doenças linfoproliferativas.

Características morfológicas:

  • Tamanho aumentado;
  • Citoplasma mais basofílico;
  • Cromatina nuclear mais fina.

Condições associadas:

  • Linfomas;
  • Leucemias linfóides;
  • Infecções virais severas.

Importância Diagnóstica dos Tipos de Linfócitos Reativos

A presença de linfócitos reativos no hemograma pode sugerir uma ampla variedade de condições. 

Em um contexto clínico, a análise morfológica deve ser acompanhada por uma avaliação clínica detalhada e, em alguns casos, por exames complementares, como sorologias e imunofenotipagem.

Condições mais frequentes relacionadas a linfócitos reativos:

  1. Infecções virais: Mononucleose infecciosa, CMV, rubéola, HIV.
  2. Infecções bacterianas: Bordetella pertussis, tuberculose.
  3. Doenças autoimunes: Lúpus eritematoso sistêmico (LES).
  4. Doenças linfoproliferativas: Linfomas e leucemias.

A correta diferenciação entre os diversos tipos de linfócitos reativos e outras células anômalas é fundamental para evitar diagnósticos equivocados, principalmente em casos suspeitos de malignidade hematológica.

Diferenciação com Outras Células

Os linfócitos reativos podem ser confundidos com:

Dicas práticas para diferenciação:

  • Analisar a proporção núcleo/citoplasma;
  • Observar a textura da cromatina nuclear;
  • Procurar por granulações específicas ou halo perinuclear.

Conclusão

O reconhecimento e a interpretação dos diferentes tipos de linfócitos reativos são habilidades indispensáveis na prática laboratorial e clínica. 

A presença dessas células no esfregaço sanguíneo pode ser a chave para o diagnóstico de uma série de condições, desde infecções virais até doenças hematológicas mais graves.

Ao compreender as características morfológicas e condições associadas aos linfócitos reativos, profissionais da saúde podem melhorar significativamente a precisão diagnóstica e o manejo dos pacientes.

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Assista a aula completa Tipos de Linfócitos Reativos – Linfócitos atípicos

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